quinta-feira, 19 de junho de 2014

A retórica dos vagabundos pedintes

Pintura de Eduardo Cross. Foto: Eduardo Cross / Reprodução. Fonte.
Hippies que foram roubados na orla, condutores de van que foram ludibriados ou turistas hospedados em Carpina que vieram conhecer o Recife e esqueceram a carteira no carro. Em comum, o introito: "Bom dia / boa tarde / boa noite, o senhor poderia me dar um pouco de atenção. Não é dinheiro, não...".

Pois é dinheiro, sim, obviamente (para quem não é ingênuo). Com uma conversa coerente e fundamentada, mas que não te dá muita chance de exigir alguma prova real daquela situação, os vagabundos retóricos não lhe deixam outra saída que não fazer-lhe sentir impelido a colaborar com algum trocado.

Pessoalmente, dou logo uma cortada, "Se for dinheiro, eu não tenho", porém confesso que gosto de cair na tentação de ouvir a ladainha inteira, só para anotar mentalmente os detalhes. Outra peculiaridade é que esse papo de pedinte ocorre em Boa Viagem ou no Recife, em lugares de trânsito de gente, como a Pracinha, o Shopping Recife ou a Rua da Moeda.

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