terça-feira, 1 de abril de 2014

Peças rosacruzes de Erik Satie

Satie por Suzanne Valadon. Foto: Wikipédia.
O compositor francês talvez seja o músico mais conhecido por sua ligação com os rosacruzes (embora não com a moderna AMORC, Antiga e Mística Ordem Rosacruz), tendo ingressado em 1891 num núcleo idealizado por Joséphin Péladan* e que reunia poetas simbolistas e artistas de inclinação antimaterialista, naturalista e não clerical: a Ordem da Rosacruz Católica, do Templo e do Graal, a rigor um movimento místico-cultural de matiz gnóstico.

A Ordem funcionou no Salão da Rosa+Cruz (que, na verdade, teve seis endereços diferentes), o qual servia a exposições e récitas musicais e literárias, mas também a reuniões de estudos e rituais dos rosacruzes.

Satie foi designado compositor oficial do Salão e, com isso, tinha a incumbência de criar música incidental para as cerimônias secretas do grupo, do que resultaram: Salut drapeau!, Le fils des étoiles e Sonneries de la Rose Croix, peça para piano solo em três movimentos (Ária da Ordem, Ária do Grande Mestre e Ária do Grande Prior).

Contudo, o compositor deixou a fraternidade em 1892 - por discordar do rótulo de que era discípulo de Péladan - e, bem a ver com sua acentuada excentricidade, fundou a Igreja Metropolitana da Arte de Jesus, o Líder, cujo único membro era ele mesmo e para a qual escreveu algumas outras peças.

***

* Joséphin Péladan, romancista de família católica devota e místico ligado ao reavivamento do movimento martinista em Paris, ao lado de Papus e Stanislas de Guaita. Mais tarde, no século 20, a Ordem Martinista passou a funcionar sob coordenação da AMORC, de modo que seus membros necessariamente são também membros da Ordem Rosacruz.

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