Foto: Jarbas Araújo/Alepe |
Cuidar de uma redação e de uma matéria jornalística seria confortável se isso não significasse, na prática, cuidar de dois tipos de estruturação, abordagem, escolha de vocabulário, estilística e estratégias de coesão diferentes. Dá uma hora para construir cada texto e mais meia para passá-lo a limpo (por conta disso, daqui deste post vou direto dormir para recobrar as energias).
Meu comentário breve sobre a prova:
- As questões objetivas gerais não trouxeram problemas - acrescente-se: para aqueles que fizeram cursinho preparatório, feito eu. Inclusive esperávamos questões mais difíceis.
- Quem teve aulas de Lei de Acesso à Informação e Lei de Previdência Complementar dos Servidores de Pernambuco não estudou em vão: houve uma questão de cada assunto na parte de Direito Administrativo.
- Português incomodou pela extensão dos textos e pela quantidade: três para 15 questões. Inglês trabalhou com um único texto para os seis quesitos, mas num nível bem mais difícil que nas provas anteriores que vi em aula, especialmente pelo vocabulário sobre política, pelos verbos frasais e pela complexidade do assunto, pouco familiar para nós (os entraves na Casa dos Representantes dos EUA quanto à discussão sobre a autorização para o aumento de limites orçamentários pro Executivo, diga-se, Obama).
- Raciocínio Lógico, tudo tranquilo. Regimento Interno, Financeiro e Constitucional, sem turbulências, embora neste não tenha havido pergunta sobre Constituição do Estado.
- As questões objetivas específicas, por sua vez, contemplaram questões muito técnicas de assuntos muito distintos entre si, como diagramação, fotojornalismo e tipos de impressão. Eu tinha a expectativa de mais questões sobre assessoria de imprensa, comunicação institucional e comunicação pública.
- Boa quantidade de perguntas sobre teorias da comunicação, legislação nos meios de comunicação e história do jornalismo no Brasil.
- Tema da redação, formidável (thanks to Rachel Sheherazade): Violência e justiça em tempos de modernidade excludente. Ou seja, "o que você acha dos casos de vingança com as próprias mãos noticiados ultimamente pelo Brasil?"
- Tema da reportagem: redigir uma matéria jornalística de 25 a 30 linhas a partir de uma entrevista com um pesquisador e professor da Universidade Estadual de Campinas para falar do lançamento de uma hipotética publicação a ser lançada pela Alepe sobre violência juvenil.
- O título deveria ter de 40 a 45 toques e o subtítulo/sutiã (mencionado como chamam no Sudeste, "linha fina") de 80 a 85 toques.
- Muita gente deve ter se dado mal nessa prova discursiva específica por conta de um erro de interpretação da atividade. O edital (e a capa dos próprios cadernos de prova que recebemos) falavam em pauta ou matéria. Isso quer dizer que a atividade seria uma OU outra coisa. Todavia o enunciado era bastante claro ao pedir uma matéria jornalística, tendo como parâmetro a publicação em um jornal diário de grande circulação.
- Falando com outras palavras: se o edital e o caderno de prova dissessem que teríamos de fazer um parecer, reportagem ou estudo de caso, iríamos preparados para fazer os três - mas não TODOS os três, somente um deles. Es decir, quem fez pauta, sinto muito: try again.
Mas, em tal caso, não haveria muito trabalho para o candidato propor - por exemplo - tema, histórico, abordagem, fontes (mais contatos) e equipamento necessário, pois inclusive ele teria mais condições de inventar, em vez de ser colocado à prova por suas habilidades textuais de ofício.
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