Agora à tarde houve audiência pública no plenário da Câmara Municipal para discutir a situação da Orquestra Sinfônica do Recife, cujos músicos compareceram em peso e ocuparam todo um lado da arquibancada do plenário.
Com cerca de metade dos vereadores presentes - exclusive o presidente da casa, vereador Vicente André Gomes (PSB) -, o vereador André Régis (PSDB) ocupou a tribuna durante cinco minutos para recapitular alguns aspectos que marcam a atual crise da sinfônica (que se arrasta desde 2006, na verdade).
Régis, presidente da Comissão de Educação, Cultura, Turismo e Esportes da Câmara, reforçou que todos os grandes centros urbanos do mundo têm uma orquestra sinfônica e que portanto a audiência não era para debater se uma sinfônica é necessária ou não, mas sobre o que se poderia fazer em favor da sinfônica que o Recife possui desde 1930.
Ele relatou ter visitado o Santa Isabel para conversar com os músicos da OSR por quatro vezes desde o início de seu mandato para entender porque ela praticamente não estava mais tocando: "Estamos em junho e só dois concertos foram realizados. Outros dois concertos [um na última quarta, dia 29] foram cancelados de última hora com o público do lado de fora do Teatro, sem explicações". (De fato, até hoje nenhuma explicação foi dada para os cancelamentos.)
Por fim, o vereador disse que ouviu músicos de outras orquestras e membros da sociedade civil para entender o que estava se passando; alertou que o cargo de maestro titular estava em aberto; e enfatizou que os músicos da OSR precisam ser respeitados.
Com o microfone aberto no plenário, o vereador Henrique Leite (PT) elogiou a iniciativa da audiência mas reclamou que a discussão sobre a OSR não poderia ser partidarizada, pois nunca houve uma política pública para a orquestra.
A rigor, não havia sido mencionado na audiência que a situação era culpa do PT. O vereador petista estava se antecipando a que tal acusação fosse feita. Porém, aproveitando o embalo, é bom que se diga que o PT não foi responsável ativamente pela crise da Sinfônica: foi passivamente, omitindo-se às demandas levadas pelos músicos.
É só comparar a direção artística de Osman Gioia com a de Carlos Veiga, através, p. ex., dos CDs gravados por ambos, para se constatar que, se não havia uma política pública para a OSR ou para a música clássica em geral no município, havia uma melhor qualidade artística no final dos anos 1990, quando Roberto Magalhães dirigia a prefeitura municipal. Também não desejo politizar o debate - não é necessário e não vai ajudar em nada -, mas é um fato que precisa ser contraposto.
(Tenhamos em mente, sobretudo, o que a orquestra pede na atualidade. Vide entrevista abaixo com Gueber Santos. Isso é o importante pra OSR no momento.)
Por fim, o resumo da ópera: o tema não ocupou dez minutos da sessão da Câmara, não se chegou a nenhuma conclusão ou promessa em favor da orquestra e nenhum novo evento ou discussão a respeito foi marcado pela casa. Nenhum dos músicos foi convidado a falar ou a mandar pronunciamento por escrito, muito menos ninguém da população, e não havia cidadão inglês algum para ver o debate. Então, é de se perguntar: qual passo adiante foi dado após a tarde de hoje?
Reatualização da postagem: o que aconteceu na Câmara, conforme explica a matéria do portal LeiaJá, foi a aprovação de um requerimento de autoria do vereador André Régis para que fosse marcada a referida audiência pública. Esta ficou datada para o próximo 20 de junho e já tem presença esperada de várias pessoas do meio musical erudito recifense.
Com cerca de metade dos vereadores presentes - exclusive o presidente da casa, vereador Vicente André Gomes (PSB) -, o vereador André Régis (PSDB) ocupou a tribuna durante cinco minutos para recapitular alguns aspectos que marcam a atual crise da sinfônica (que se arrasta desde 2006, na verdade).
Régis, presidente da Comissão de Educação, Cultura, Turismo e Esportes da Câmara, reforçou que todos os grandes centros urbanos do mundo têm uma orquestra sinfônica e que portanto a audiência não era para debater se uma sinfônica é necessária ou não, mas sobre o que se poderia fazer em favor da sinfônica que o Recife possui desde 1930.
Ele relatou ter visitado o Santa Isabel para conversar com os músicos da OSR por quatro vezes desde o início de seu mandato para entender porque ela praticamente não estava mais tocando: "Estamos em junho e só dois concertos foram realizados. Outros dois concertos [um na última quarta, dia 29] foram cancelados de última hora com o público do lado de fora do Teatro, sem explicações". (De fato, até hoje nenhuma explicação foi dada para os cancelamentos.)
Por fim, o vereador disse que ouviu músicos de outras orquestras e membros da sociedade civil para entender o que estava se passando; alertou que o cargo de maestro titular estava em aberto; e enfatizou que os músicos da OSR precisam ser respeitados.
Com o microfone aberto no plenário, o vereador Henrique Leite (PT) elogiou a iniciativa da audiência mas reclamou que a discussão sobre a OSR não poderia ser partidarizada, pois nunca houve uma política pública para a orquestra.
A rigor, não havia sido mencionado na audiência que a situação era culpa do PT. O vereador petista estava se antecipando a que tal acusação fosse feita. Porém, aproveitando o embalo, é bom que se diga que o PT não foi responsável ativamente pela crise da Sinfônica: foi passivamente, omitindo-se às demandas levadas pelos músicos.
É só comparar a direção artística de Osman Gioia com a de Carlos Veiga, através, p. ex., dos CDs gravados por ambos, para se constatar que, se não havia uma política pública para a OSR ou para a música clássica em geral no município, havia uma melhor qualidade artística no final dos anos 1990, quando Roberto Magalhães dirigia a prefeitura municipal. Também não desejo politizar o debate - não é necessário e não vai ajudar em nada -, mas é um fato que precisa ser contraposto.
(Tenhamos em mente, sobretudo, o que a orquestra pede na atualidade. Vide entrevista abaixo com Gueber Santos. Isso é o importante pra OSR no momento.)
Por fim, o resumo da ópera: o tema não ocupou dez minutos da sessão da Câmara, não se chegou a nenhuma conclusão ou promessa em favor da orquestra e nenhum novo evento ou discussão a respeito foi marcado pela casa. Nenhum dos músicos foi convidado a falar ou a mandar pronunciamento por escrito, muito menos ninguém da população, e não havia cidadão inglês algum para ver o debate. Então, é de se perguntar: qual passo adiante foi dado após a tarde de hoje?
Reatualização da postagem: o que aconteceu na Câmara, conforme explica a matéria do portal LeiaJá, foi a aprovação de um requerimento de autoria do vereador André Régis para que fosse marcada a referida audiência pública. Esta ficou datada para o próximo 20 de junho e já tem presença esperada de várias pessoas do meio musical erudito recifense.
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