Acabei de ler no Facebook um relato do pianista e compositor André Mehmari sobre a rejeição ignorante que ele sofreu ao se apresentar numa escola pública em São Pauo tocando Ernesto Nazareth. Não tenho muito o que comentar porque foi algo decepcionante da parte dos alunos. Leiam abaixo.
Há uns dias participei como convidado especial de um projeto musical educacional, para jovens de escolas públicas, de 10-12 anos, aqui perto de SP. Levaram uma ótima banda, fizeram um roteiro bem bolado e caprichado com atores de primeira... e na segunda parte, a pedido da produção, entrei no palco, feliz da vida para falar de Nazareth e anunciar as canções que se seguiriam. Ao som de berros e injustificáveis vaias irracionais, ouvi toda sorte de grosseria: sai daí filho da puta! Vai tomar no __! Vai se ____! Fiquei um tanto cabisbaixo, mas segui quasi firme e com muito orgulho falei um pouco dessa Musica. Acompanhado por um super musico amigo, o percussionista e compositor Caito Marcondes, toquei desconcentrado e ainda estupefato uma suite de maxixes Nazarethianos abraçando uma Ária de opera... É, eu queria falar pra eles dessa coisa bonita da Musica, de não ter fronteiras, a não ser na cabeça de medíocres e preconceituosos. Mas a fronteira alí estava tão antes de qualquer pensamento, de qualquer diálogo ...tudo tão aquém de qualquer desenvolvimento, que abaixei a cabeça e levei mecanicamente a apresentação até o final, acreditando que se tocasse para um único par de ouvidos férteis naquela platéia de 600 jovens pessoas, já teria valido meu esforço, minha confiança na vida. Sei bem que educação é sempre desafio, e que o Brasil encontra-se muito longe de ter estrutura e pessoal adequado. Meu apelo aqui fica para os pais, que acreditam que a educação de um filho de dá na escola. Ela de dá principalmente em casa, neste nível fundamental da formação do caráter de um ser humano. Não coloquem filhos no mundo se não estão aptos e dispostos a dar uma formação cuidadosa e apaixonada a esses novos seres. E estou farto desse discurso politicamente soft-new-age-correto e praticamente inefetivo, de aceitar tudo e botar panos quentes em tudo que um jovem faz e diz: acredito que ele tem consciência de seus atos e cabe aos mais experientes apontar problemas, olhar essa turma como nossos semelhantes que em poucos anos estarão ocupando importantes cargos e funções. Educação é invariavelmente feita com amor e dedicação e essas são responsabilidades primordiais dos pais, depois da escola e da experiência. De qualquer maneira agradeço a oportunidade de tocar para esses jovens, mesmo tendo sofrido agressões que me ofenderam. Sei que aqueles que ouviram saberão me agradecer no futuro. E estarei plenamente recompensado e tranquilo!
Há uns dias participei como convidado especial de um projeto musical educacional, para jovens de escolas públicas, de 10-12 anos, aqui perto de SP. Levaram uma ótima banda, fizeram um roteiro bem bolado e caprichado com atores de primeira... e na segunda parte, a pedido da produção, entrei no palco, feliz da vida para falar de Nazareth e anunciar as canções que se seguiriam. Ao som de berros e injustificáveis vaias irracionais, ouvi toda sorte de grosseria: sai daí filho da puta! Vai tomar no __! Vai se ____! Fiquei um tanto cabisbaixo, mas segui quasi firme e com muito orgulho falei um pouco dessa Musica. Acompanhado por um super musico amigo, o percussionista e compositor Caito Marcondes, toquei desconcentrado e ainda estupefato uma suite de maxixes Nazarethianos abraçando uma Ária de opera... É, eu queria falar pra eles dessa coisa bonita da Musica, de não ter fronteiras, a não ser na cabeça de medíocres e preconceituosos. Mas a fronteira alí estava tão antes de qualquer pensamento, de qualquer diálogo ...tudo tão aquém de qualquer desenvolvimento, que abaixei a cabeça e levei mecanicamente a apresentação até o final, acreditando que se tocasse para um único par de ouvidos férteis naquela platéia de 600 jovens pessoas, já teria valido meu esforço, minha confiança na vida. Sei bem que educação é sempre desafio, e que o Brasil encontra-se muito longe de ter estrutura e pessoal adequado. Meu apelo aqui fica para os pais, que acreditam que a educação de um filho de dá na escola. Ela de dá principalmente em casa, neste nível fundamental da formação do caráter de um ser humano. Não coloquem filhos no mundo se não estão aptos e dispostos a dar uma formação cuidadosa e apaixonada a esses novos seres. E estou farto desse discurso politicamente soft-new-age-correto e praticamente inefetivo, de aceitar tudo e botar panos quentes em tudo que um jovem faz e diz: acredito que ele tem consciência de seus atos e cabe aos mais experientes apontar problemas, olhar essa turma como nossos semelhantes que em poucos anos estarão ocupando importantes cargos e funções. Educação é invariavelmente feita com amor e dedicação e essas são responsabilidades primordiais dos pais, depois da escola e da experiência. De qualquer maneira agradeço a oportunidade de tocar para esses jovens, mesmo tendo sofrido agressões que me ofenderam. Sei que aqueles que ouviram saberão me agradecer no futuro. E estarei plenamente recompensado e tranquilo!
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