Não é sua "obra", é sua "obrada" mesmo: o resultado de seu ato de "obrar", que poderia ser descrito como "obra", tal qual coloquialmente falamos - mas preferi evitar ambiguidade.
Se sua criação artística está concluída, é mostrada ao público e a crítica se manifesta sobre ela, cabe um pouco de autocontrole antes de revidar a eventuais descontentamentos lidos na imprensa.
Se uma crítica for injusta à sua obra, porque não esperar que outros críticos a contestem ou a corroborem nos atinentes? Ou pelo menos deixar que seus fãs a defendam (e não o defendam, i. é, ao autor, o que já transforma a discussão em briga de vedetes)?
Mais do que se prestar a ser o bastião de si mesmo, o que já é por si só um ato passível de ridicularização, o agravante de se delimitar a linha "correta" de interpretação de sua obra (ou trechos dela) revela uma faceta dogmática que não condiz com a liberdade e o confronto de expressões que rege a discussão valorativa artística.
Pior ainda é quando o autor acha que aquela linha de interpretação, além de ser seguida, necessariamente tenha de acarretar em uma opinião positiva, favorável. Uma reivindicação nesses termos, além de mero sintoma de carência, desnuda-se como um choro feérico de um "gênio incompreendido".
Este texto é por conta de uma celeuma deste tipo que ocupou os meios literários recifenses nas duas últimas semanas, a que envolveu o crítico literário Cristiano Ramos e o escritor Raimundo Carrero, o qual recentemente lançou o romance Tangolomango.
Tendo Carrero recebido mal a crítica que você pode ler no link acima, a camaradagem e a admiração mútua azedaram-se, como se testemunhou publicamente pelo Facebook. E Cristiano deliberadamente quis prestar uma colaboração ao fim do jogo de confetes que rege (não integralmente, graças a Deus) a apreciação artística na imprensa brasileira.
Não quero revolver a polêmica porque debates que não tendem a entrar pra história pelas instâncias do confronto intelectual saudável não devem ser alimentados, têm de ser rebatidos. A deflagração de mecanismos de defesa nesse "estudo de caso" é flagrante e nos força a buscarmos a investigação da questão por outras vias - se é o que queremos mesmo; senão, vamos, por favor, arrumar fofoca nos nossos círculos pessoais.
Longe de acreditar na ingenuidade de um debate asséptico e regido por regras de cavalheirismo, coisa que é raridade, o que ressalto aqui é apelo à espera pela decantação das emoções e o consequente reexame do statu quo.
Se sua criação artística está concluída, é mostrada ao público e a crítica se manifesta sobre ela, cabe um pouco de autocontrole antes de revidar a eventuais descontentamentos lidos na imprensa.
Se uma crítica for injusta à sua obra, porque não esperar que outros críticos a contestem ou a corroborem nos atinentes? Ou pelo menos deixar que seus fãs a defendam (e não o defendam, i. é, ao autor, o que já transforma a discussão em briga de vedetes)?
Mais do que se prestar a ser o bastião de si mesmo, o que já é por si só um ato passível de ridicularização, o agravante de se delimitar a linha "correta" de interpretação de sua obra (ou trechos dela) revela uma faceta dogmática que não condiz com a liberdade e o confronto de expressões que rege a discussão valorativa artística.
Pior ainda é quando o autor acha que aquela linha de interpretação, além de ser seguida, necessariamente tenha de acarretar em uma opinião positiva, favorável. Uma reivindicação nesses termos, além de mero sintoma de carência, desnuda-se como um choro feérico de um "gênio incompreendido".
Este texto é por conta de uma celeuma deste tipo que ocupou os meios literários recifenses nas duas últimas semanas, a que envolveu o crítico literário Cristiano Ramos e o escritor Raimundo Carrero, o qual recentemente lançou o romance Tangolomango.
Tendo Carrero recebido mal a crítica que você pode ler no link acima, a camaradagem e a admiração mútua azedaram-se, como se testemunhou publicamente pelo Facebook. E Cristiano deliberadamente quis prestar uma colaboração ao fim do jogo de confetes que rege (não integralmente, graças a Deus) a apreciação artística na imprensa brasileira.
Não quero revolver a polêmica porque debates que não tendem a entrar pra história pelas instâncias do confronto intelectual saudável não devem ser alimentados, têm de ser rebatidos. A deflagração de mecanismos de defesa nesse "estudo de caso" é flagrante e nos força a buscarmos a investigação da questão por outras vias - se é o que queremos mesmo; senão, vamos, por favor, arrumar fofoca nos nossos círculos pessoais.
Longe de acreditar na ingenuidade de um debate asséptico e regido por regras de cavalheirismo, coisa que é raridade, o que ressalto aqui é apelo à espera pela decantação das emoções e o consequente reexame do statu quo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário