segunda-feira, 27 de abril de 2020

Investindo em cultura via Lei Rouanet 2

[Publicado na revista ProNews, em dezembro de 2014]

Falamos no artigo anterior sobre as vantagens de se investir em projetos aprovados na Lei Rouanet e sobre como os produtores e o empresariado podem chegar a um melhor diálogo para fortalecer suas parcerias. Agora, abordaremos os benefícios que as empresas podem obter ou oferecer a partir do patrocínio (não doação) a projetos aprovados para captação de recursos pelo MinC (a diferença entre patrocínio e doação está na proibição de contrapartida publicitária para esta segunda modalidade – preferida, por isso, por pessoas físicas que desejam discrição).

Os segmentos artísticos contemplados pela Lei Rouanet são os mais diversos: teatro, dança, circo, ópera, mímica e afins; produção cinematográfica, videográfica, fotográfica e discográfica; literatura; música; artes plásticas, artes gráficas, gravuras, cartazes, filatelia e afins; folclore e artesanato; patrimônio cultural, histórico, arquitetônico e arquelógico; bibliotecas, museus, arquivos e demais acervos; humanidades; rádios e televisões de caráter educativo e cultural, sem fins lucrativos. Então, as empresas possuem um vasto leque de projetos a avaliar onde investir.

A revista Marketing Cultural, publicação especializada do ramo, ressalta que a prática do incentivo cultural otimiza as empresas em pontos cruciais do âmbito propagandístico, em especial a valorização daquelas marcas que apoiam iniciativas de alto valor simbólico – tal qual festivais de música, exposições etc. Esse apoio contribui para a variação e diversificação das estratégias de comunicação das empresas investidoras e posicionam essas empresas como corresponsáveis pelos campos social e cultural.

Considere-se também que o plano de divulgação e mídia de um projeto bem elaborado articula os principais canais de comunicação disponíveis: assessoria de imprensa; inserções em TV, rádio ou jornal impresso; outdoors, cartazes e fôlderes; redes sociais. Assim, a publicidade, paga ou espontânea do projeto cultural, a qual é de responsabilidade dos produtores, traz as marcas dos patrocinadores. Por tabela, os projetos culturais têm buscado mais sintonia com os valores e estratégias de marketing de patrocinadores e apoiadores.

Já entre as ações de marketing institucional que podem ser utilizadas pelos patrocinadores e apoiadores durante a realização de um evento, mas na prática quase nunca aproveitadas por eles, estão: o oferecimento de amostras de produtos, a distribuição de ingressos a funcionários, o envio de mala direta aos clientes informando sobre o patrocínio ao projeto executado, e a preparação de matérias e informativos sobre o evento.

Outras ações igualmente eficientes englobam a realização de show, concertos ou vernissages exclusivos para convidados da empresa; a distribuição de discos e livros para funcionários, colaboradores e parceiros; e aplicação de pesquisa de consumo com os frequentadores do evento. Um bom banco de dados, no mínimo, tem condições de ser formado dessas iniciativas, além dos produtores de projetos possuírem suas próprias sugestões de avaliação de campo e relacionamento com o público.

Os maiores investidores da cultura brasileira são empresas bastante consolidadas no mercado nacional ou internacional: a Petrobras junto com os maiores bancos e mineradoras privados e públicos do país. Outros segmentos cujas empresas se valem da Lei Rouanet incluem seguradoras, indústria de cosméticos, de produtos químicos, empreiteiras... Mas empresas de baixo e médio porte constituem uma grande parcela que demonstra entusiasmo pelo incentivo cultural.

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