sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Sonoras - novembro de 2012

SAMBA
ZÉ PAULO BECKER & MARCOS SACRAMENTO
Todo mundo quer amar

Borandá As letras engenhosas de Paulo César Pinheiro, calcadas no binônio samba/amor, unem a voz de Sacramento e o violão de Becker neste álbum que passeia por várias vertentes do gênero carioca – mas que igualmente abre espaço o romantismo, como na faixa Sem rumo. Menção especial para o encarte, onde todas as canções estão acompanhadas das respectivas cifras.

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INSTRUMENTAL
SEIS COM CASCA
Num dia, no noutro
Azul Music

A formação é inusitadíssima: piano, clarinete, contrabaixo, vibrafone/bateria, violino e guitarra elétrica. O repertório, idem: do Hino Nacional Brasileiro ao folclore iídiche. Os arranjos, portanto, não poderiam ficar atrás em originalidade e, ao menos metade deles, tem um toque caprichoso, a exemplo do próprio hino (tocado não de forma ortodoxa e, sim, com uma máquina de escrever solista à la Leroy Anderson) e de A lenda de Victor Navorsky, de John Williams.

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MÚSICA CLÁSSICA
CLARA SVERNER
Ravel – Debussy
Azul Music

Depois de empreender a gravação completa das sonatas de Mozart e do Guia Prático de Villa-Lobos, a pianista paulistana – após homenagear Chopin em seu último CD – segue concentrada em estúdio e agora lança tributo aos dois nomes maiores do impressionismo musical. Além das peças tidas por obrigatórias, como a Pavana para uma infanta defunta e Claire de Lune, o álbum também traz a Sonatina de Ravel e La plus que lente, de Debussy, dentre outras.

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INSTRUMENTAL
HENRIQUE LISSOVSKY
Solo
Delira Música

A proposta de Henrique Lissovsky era a de gravar as músicas que tocava em sua juventude, vivenciada nos anos 1970. Por isso encontramos neste álbum, lado a lado, Gilberto Gil, Baden Powell e Keith Jarrett, bem como quatro peças de sua autoria. O grosso do repertório, no entanto, são peças de autores eruditos de várias épocas: desde uma transcrição de Bach ao contemporâneo Leo Brouwer.

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Foto: Reprodução via Google Imagens.
Rui Ribeiro
CUMPLICIDADE COM O SAMBA

Estabelecido como psiquiatra, Rui Ribeiro é imune às instabilidades e incertezas que tiram a tranquilidade da maioria dos músicos. Ele banca a produção dos próprios discos, e não exige pouco quanto à qualidade destes: estúdios, instrumentistas, arranjadores, projeto gráfico, tudo tem de ser primoroso. Ao mesmo tempo, Rui procura evitar referências de pernambucanidade em suas composições, por não alimentar aquela velha contraposição ao eixo Rio-São Paulo. Poderia-se levantar a desconfiança de que as boas condições lhe permitam estar em melhor visibilidade que outros autores locais, sambistas especialmente – Rui, inclusive, não estudou música nem toca instrumento –, mas seu ouvido e seu apuro como letrista se evidenciam nos quatro álbuns que lançou até aqui, a partir de Samba na corda bamba (2005), atualmente esgotado. A exigência também vem acompanhada da versatilidade, já que nenhuma expressão sambística escapa da estima do compositor. Convite (2009), com arranjos de Bruno Cavalcanti, volta-se ao samba de terreiro e de partido alto, como no primeiro CD, e adota o instrumental mais amplo da discografia (incorporando até acordeom, piano, violoncelo e sopros). Já em Boa companhia (2011), a percussividade ostensiva inerente ao partido alto reduz-se em favor de uma atmosfera camerística, de roda de choro, conduzida apenas por violão de sete cordas, clarineta e trombone. Nela, as canções de Rui compartilham espaço com clássicos de Zé Kéti, Capiba e Nelson Cavaquinho. Agora, no recém-lançado Cumplicidade, a predominância é do samba jazz, na linha iniciada por Luiz Eça e o Zimbo Trio e continuada por Gilson Peranzzetta e Mauro Senise. Os arranjos de Sérgio Godoy para as canções de Cumplicidade (todas autorais, sendo uma em parceria com o violonista Públius Lentulus) incorporam bases rítmicas da música caribenha, do tango, do blues, de ritmos pernambucanos, e contam com a participação de diversos nomes locais: Naara, Cláudia Beija, Mônica Feijó, Geraldo Maia, Sergio Cassiano e Fred Andrade.

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